04 agosto, 2010


As coisas simples dizem-se depressa; tão depressa que nem conseguimos que as ouçam. As coisas simples murmuram-se; um murmúrio tão baixo que não chega aos ouvidos de ninguém. As coisas simples escorrem das prateleiras da loja; tão ao de leve que ninguém as compra. As coisas simples flutuam com o vento; tão alto que não se vêm.

São assim as coisas simples: tão simples como o sol que bate nos teus olhos, para que os feches, e as coisas simples passem como sombra sobre as tuas pálpebras.


Nuno Júdice

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