23 novembro, 2010

Amor é Rosa


Eu sou o branco, você é vermelha.
Quando estamos juntos somos rosa.
Antes de conhecer você, até que eu vivia bem sozinho.
Comia o que queria, na hora que eu bem entendia.
Era liberdade, independência e auto suficiência.
Quando vi você, fiquei feliz e vermelho de paixão.
Nem percebi que eu não era mais o branco.
Foi então que o vermelho ameaçou me sufocar.
Comecei a me irritar e brigar com você.
No fundo porque você era vermelha,
e não branca, como eu queria.
Por vezes, percebi-me querendo mudar sua cor.
Você soube permanecer vermelha,
não se tornou branca.
Branca nada acrescenta ao branco.
E assim, entre nós, foi-se formando a rosa.
Mas tive receio de perder minha personalidade.
Temi perder minha individualidade.
Descobri: branco transformar-se em rosa
não é perder-se, desestruturar-se e desaparecer...
É crescer, complementar-se com a vermelha.
Meu temor à rosa deu lugar ao prazer da convivência,
do relacionamento do amar e ser amado.
Dá mais trabalho porque nada pode e deve ser só branco,
mas tudo pode ser mais gostoso e rico com a vermelha.
Com ela vive-se o prazer, a cor, o amor.
Ser rosa é carregar dentro de si a vermelha.
É ter sua presença, pela saudade, na solidão.
É destacá-la no meio da multidão.
Pode ser bom um lanche branco,
mas nada supera um singelo jantar rosa.

Içami Tiba

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