09 março, 2011

Pessoal e intransferível



(...)E afinal quem sou, a esta altura? 






Do pai herdei a retidão e certa melancolia: o olhar sobre o que vem atrás do espelho. 

Da mãe, o otimismo e a alegria. Seu riso inesperado que ainda ecoa nos corredores de uma casa transformada. Da remota linhagem deve ter vindo o novelo de fios que tramam alma e imagem, ninguém sabe de quando nem de onde. 
Nem sei se importa. Mais os trabalhos e a dor, a fantasia, a obstinada procura, alguma sorte, muita esperança na bagagem, me construíram. Caminhões de falhas e de desacertos, sempre a renovação, difícil. Dissabores fazem parte: maior foi a celebração da vida

Entre o começo e a morte, miragens: não há muito de mim na personagem que imagina quem me lê e inventa, e pendura nessa imaginação, como num cabide, seus próprios fantasmas.(...)
A esta altura da vida, sempre em crescimento, com as lutas pessoais e humanas, as contemplações, glórias e derrotas, fênix da própria existência como todos somos...



Lya Luft



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