26 julho, 2011

Amor Antigo




"O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige 
nem pede. 
Nada espera,
mas do destino vão 
nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, 
mas pobre de esperança.
Mais triste?
NÃO.
Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor."




Drummond

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