14 abril, 2012

Cheia de sol



Dias e noites se somavam pra mudar o que ia dentro dela. Histórias tristes, mesmo que passadas, causavam pesadelos. Mas na boca, o gosto de eternidade era de momentos lindos.


Enquanto ela não sabia o que fazer do passado, ela ia se alimentando de versos e falava em cores, flores e passarinhos. Passava horas anotando sonhos e pedidos às estrelas cadentes.


E num faz de conta que esquecia histórias tristes, redescobria magias escondidas em algum canto. E pintava um amor novinho em folha, com direito à cartinhas e versinhos de amor para distrair os olhos.


Bordava uma porção de amizades por onde passava e escolhia a dedo as pessoas que continuariam em seu caminho. Plantava boas intenções e colhia um monte de surpresas.


Quando a menina se desestabiliza e desmorona, Deus vai lá e reconstrói. Dá a ela uma página em branco, pra ver se dessa vez ela não comete tantos erros. E aprenda de uma vez por todas que pensar só com o coração dói e pensar em quem não merece é besteira.


Então ela faz assim: pela janela debruça o olhar sobre uma vida bonita. E renasce. Fica forte outra vez. De sol em sol ela armazena energia e recupera sorrisos. Bota bobagens pra dormir e pisa forte no medo. 

Algumas vidas, olhadas de perto, fascinam os olhos e salvam o dia. Mesmo sem saber, algumas pessoas têm o dom de transmitir paz e harmonia pra menina que gosta de descansar o olhar sobre outras vidas que, mesmo complicadas, não deixam de ser poesia. 

E todas as manhãs a menina envia um sorriso de sol como forma de agradecimento pela poesia que ela lê todos os dias.


Cris Carvalho

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